
Estudos mostram que mulheres negras tendem a apresentar maior densidade óssea desde a infância. Essa vantagem reduz o risco de perda de densidade com a idade e protege, por exemplo, contra fraturas de quadril.
Nos EUA, mulheres negras fraturam aproximadamente metade do que mulheres brancas.
Mas esse dado pode virar armadilha: justamente por apresentarem menor incidência de fraturas, muitas mulheres negras não recebem o mesmo encaminhamento para exames de densidade óssea e prevenção.
No Brasil, a vasta miscigenação torna os dados mais complexos, mas a tendência de menor risco — e de menor atenção — se repete. Menor risco não significa risco zero.
Por que isso importa
Ter ossos mais fortes é claramente uma vantagem, mas não elimina o risco de osteoporose ou de fraturas. A densidade óssea elevada pode dar uma falsa sensação de segurança e levar à negligência de cuidados fundamentais como alimentação adequada, atividade física regular, monitoramento da saúde óssea e exames de rastreio.
O que é preciso considerar
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Mesmo com densidade óssea mais alta, mulheres negras enfrentam disparidades de acesso ao exame de densidade óssea e ao acompanhamento preventivo
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A menor incidência de fraturas não significa ausência de risco ou que os cuidados podem ser ignorados
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Fatores como menopausa, tabagismo, baixa exposição ao sol, deficiência de vitamina D, alimentação pobre ou sedentarismo também afetam a saúde óssea — e precisam ser monitorados
Como agir na prática
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Mantenha alimentação rica em cálcio (leites, queijos, vegetais verdes escuros), vitamina D e proteínas de qualidade, desde cedo
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Pratique exercícios de impacto ou de sustentação, que estimulam a densidade óssea e fortalecem músculos e ossos
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Realize exames de densidade óssea quando recomendados — especialmente se houver histórico familiar, menopausa precoce ou outros fatores de risco
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Não subestime sintomas como dor óssea, fraturas por trauma leve ou perda de altura — procure avaliação especializada
Reflexão final
A ciência mostra que mulheres negras têm uma vantagem óssea — mas vantagem não é garantia. A prevenção exige atenção, cuidado e consciência. Menor risco não significa risco zero. A saúde óssea precisa de olhar diverso, especialmente diante das desigualdades de acesso e atenção à prevenção.
