Dor crônica na coluna e saúde mental: um elo que não pode ser ignorado


Estudos recentes vêm mostrando uma relação muito significativa entre a dor crônica na coluna e transtornos mentais, especialmente depressão e ansiedade. Esse elo entre corpo e mente reforça a necessidade de uma abordagem integrada e mais humana no cuidado com os pacientes.


O que a ciência já comprovou

Um estudo de grande porte, envolvendo mais de 190 mil pessoas em 43 países, revelou que quem sofre de dor crônica na coluna tem cerca de 3 vezes mais chances de desenvolver depressão.

Além disso, os pesquisadores observaram que pessoas com depressão tendem a relatar níveis mais elevados de dor nas costas, mostrando uma relação bidirecional: a dor pode desencadear depressão, e a depressão pode intensificar a dor.

A ansiedade também aparece com frequência: indivíduos com dor lombar crônica apresentam 2,45 vezes mais probabilidade de ter sintomas ansiosos, geralmente acompanhados de distúrbios do sono e, em alguns casos, até sintomas psicóticos.

No Brasil, outros estudos reforçam que a dor lombar persistente muitas vezes está associada a sintomas depressivos e ansiosos, podendo inclusive ser um indicativo de depressão grave.


Como a dor afeta a mente — e a mente afeta a dor

O ciclo é complexo:

  • A dor contínua prejudica o sono, o humor e a concentração, enfraquecendo corpo e mente.

  • A depressão, por sua vez, pode reduzir a motivação para atividades físicas, o que causa fraqueza muscular, piora da postura e aumento da própria dor.

  • O resultado é um círculo vicioso de sofrimento físico e emocional que, sem cuidado adequado, tende a se agravar.


O que os especialistas recomendam

Segundo o Dr. Frederico Leite, um dos médicos de coluna da nossa equipe, a dor crônica na coluna precisa ser entendida sob uma perspectiva biopsicossocial. Isso significa tratar não apenas os aspectos físicos, mas também os fatores emocionais e sociais envolvidos.

O tratamento integrado, que combina acompanhamento médico, fisioterapêutico, nutricional e psicológico, pode romper esse ciclo, proporcionando:

  • Redução da dor e melhora da função física.

  • Mais qualidade de sono.

  • Diminuição dos sintomas depressivos e ansiosos.

  • Retorno gradual às atividades cotidianas e sociais.


Considerações finais

A ligação entre dor crônica e transtornos mentais é clara e exige atenção especial. Quando corpo e mente são tratados em conjunto, os resultados são mais eficazes e duradouros, garantindo qualidade de vida ao paciente.

A mensagem que fica é simples: cuidar da coluna também é cuidar da saúde mental.