Realizar a cirurgia para reparar o manguito rotador é apenas o primeiro passo a verdadeira transformação vem durante a reabilitação. É nessa fase que muitos pacientes têm dúvidas ou cometem erros que atrasam o retorno às atividades normais. Para orientar esse caminho, um dos nossos ortopedistas de ombro e cotovelo, Dr. Tiago Bruno, explica as três fases principais da reabilitação do manguito rotador:
✔️ imobilização e cuidados iniciais
✔️ mobilidade progressiva
✔️ fortalecimento
A seguir, entenda o que esperar de cada etapa e por que o acompanhamento correto faz toda a diferença para conquistar um ombro estável, funcional e sem dor.
1. Imobilização e cuidados iniciais
Logo após a cirurgia, o foco é proteger a sutura e permitir que os tecidos cicatrizem. As principais recomendações dessa fase são:
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Uso de tipoia ou imobilizador: para manter o ombro em repouso, reduzindo a tensão nos tendões operados.
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Controle de dor e inflamação: aplicação de gelo local, uso de analgésicos e anti-inflamatórios conforme prescrição médica.
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Cuidados com a incisão: manter o local limpo e seco, seguir orientações para troca de curativos e observar sinais de complicações (vermelhidão, secreção, dor intensa).
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Movimentos restritos: evitar a movimentação ativa do braço (por exemplo, levantar ou girar o ombro) até que o médico e o fisioterapeuta autorizem progressões.
Essa etapa costuma durar algumas semanas — tempo fundamental para que o reparo cirúrgico comece a consolidar sua estrutura.
2. Mobilidade progressiva
Com a cicatrização inicial garantida, inicia-se a fase de mobilização, que visa recuperar gradualmente a amplitude de movimento sem sobrecarregar os tecidos reparados:
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Exercícios passivos: feitos com auxílio (fisioterapeuta ou equipamento), em que o paciente relaxa enquanto o braço é movido com suavidade.
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Exercícios ativos-assistidos: aqui o paciente já “colabora” com o movimento, mas ainda com suporte para evitar esforços excessivos.
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Alongamentos leves e controlados: com foco em manter a mobilidade da articulação e prevenir rigidez.
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Retirada gradual da imobilização: conforme a evolução e aprovação profissional, o uso da tipoia é reduzido.
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Supervisão constante: ajustes precisam ser feitos levando em conta dor, resposta tecidual e progresso individual.
Nesta fase, deve-se evitar atividades de força ou carga — o foco é “despertar” o movimento de forma segura.
3. Fortalecimento
Depois que a mobilidade é restabelecida com segurança, inicia-se a fase de fortalecimento dos músculos do manguito rotador, da escápula e dos estabilizadores do ombro:
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Exercícios resistidos leves: uso de faixas elásticas ou pesos leves para estimular a musculatura de forma controlada.
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Treino funcional e propriocepção: exercícios que promovem coordenação motora, controle postural e consciência corporal do ombro.
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Progressão gradual de carga e intensidade: conforme a tolerância, aumentar volume, séries, resistência.
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Retorno progressivo às atividades: tarefas diárias, esportivas ou profissionais vão sendo reintroduzidas de forma adaptada e gradual.
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Monitoramento e ajustes constantes: avaliar dor, fadiga e resposta para encaminhar cada paciente conforme sua evolução.
O fortalecimento é crucial para garantir estabilidade, prevenir recidivas e permitir que o ombro suporte os desafios do dia a dia com segurança.
Por que o acompanhamento correto é decisivo?
Cada fase exige cuidado, paciência e individualização. Alguns fatores que podem comprometer a recuperação são: progressão precoce demais, negligência nos cuidados iniciais, uso excessivo do membro operado ou falta de supervisão especializada.
O acompanhamento constante de profissionais (médico, fisioterapeuta e equipe multidisciplinar) é o que orienta o tempo certo para avançar, prevenir complicações e garantir o melhor funcionamento possível do ombro.
Se você fez a cirurgia do manguito rotador ou está passando por essa fase de recuperação, conte com a equipe da Ortocenter para te apoiar com segurança, técnica e atenção personalizada.