Dor crônica é mais frequente em mulheres

A dor crônica é um problema de saúde pública significativo no Brasil, afetando milhões de pessoas e impondo desafios complexos tanto para pacientes quanto para os sistemas de saúde. Estudos recentes oferecem uma compreensão mais aprofundada desse fenômeno e destacam novas iniciativas para enfrentá-lo.

Mais frequente em mulheres

De acordo com uma pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde em 2024, cerca de 36,9% dos brasileiros acima de 50 anos sofrem de dor crônica. Esse problema é mais prevalente entre mulheres (42%) e pessoas de baixa renda, refletindo desigualdades sociais e de gênero. Em termos gerais, estima-se que quase metade da população adulta viva com algum tipo de dor persistente.

O impacto da dor crônica vai além do desconforto físico: pacientes relatam dificuldades significativas para realizar atividades diárias, bem como efeitos psicológicos, como ansiedade e depressão. Além disso, estudos apontam que esses indivíduos utilizam os serviços de saúde cinco vezes mais do que a população geral.

Segundo o Dr. Mário Raulino, ortopedista e traumatologista que atende na Ortocenter Teresina:

Muitas vezes a mulher tem questões hormonais envolvidas, questão de variação hormonal. Tudo isso é influenciante. A dor crônica constante não é só desconfortável. Ela limita as atividades, prejudica o emocional e faz as pessoas procurarem muito a urgência.

 

Confira o que o Dr. Mário Raulino fala sobre dor crônica no Brasil em nosso instagram:

 

 

Causas e Fatores Contribuintes

A dor crônica está frequentemente associada a condições como artrite, dor lombar e distúrbios neurológicos. Estudos também indicam que questões emocionais, sono inadequado, estilo de vida sedentário e variações hormonais podem agravar essa condição. Entre populações vulneráveis, como aqueles com menor escolaridade e renda, a prevalência é ainda maior.

Uso de Opioides: Avanços e Riscos

Aproximadamente 30% dos pacientes com dor crônica utilizam opioides como parte do tratamento, levantando preocupações sobre o potencial de dependência. Em 2024, o Ministério da Saúde publicou protocolos que priorizam alternativas terapêuticas, como intervenções não farmacológicas e abordagens integrativas, para reduzir o uso indiscriminado desses medicamentos.

Abordagem Multidisciplinar no Tratamento

A tendência é adotar uma abordagem personalizada e multidisciplinar para tratar a dor crônica. Isso inclui:
Terapias Físicas: Fisioterapia e exercícios para fortalecimento muscular e alívio da dor.
Técnicas de Gerenciamento do Estresse: Como mindfulness e meditação.
Mudanças no Estilo de Vida: Promoção de hábitos saudáveis, incluindo dieta equilibrada e melhoria na qualidade do sono.

Novas Políticas e Iniciativas

Em 2024, o governo investiu R$ 870 milhões em equipes multidisciplinares de atenção primária, reforçando o atendimento a pacientes com dor crônica. Além disso, novos protocolos foram introduzidos no Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso a tratamentos não farmacológicos e promovendo educação sobre a condição.

Conscientização e Educação

Um marco importante foi a aprovação do Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Dor Crônica, celebrado em 5 de julho. A data busca promover debates sobre o tema, melhorar o diagnóstico precoce e incentivar o acesso a tratamentos eficazes.

Conclusão

A dor crônica é um desafio crescente que exige soluções inovadoras e colaborativas. O avanço nas pesquisas, aliado à implementação de políticas públicas, representa um passo importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A conscientização da sociedade e o acesso a tratamentos humanizados são fundamentais para enfrentar essa condição de forma eficaz.